Grupo
Transdisciplinar de Estudos Interculturais da Linguagem
Realiza o Seminário de
Encerramento da Jornada 2015
2 e 3 de março de 2016
Miniauditório Egídio Turch - Bl. Cora Coralina – piso superior da Faculdade de Letras/UFG
Dia 2
Dia 2
9h:
Solenidade de abertura do Seminário/2015
Atividade
cultural
10h:
Conferência de Abertura do Seminário
12h:
Almoço
14h:
Mesa 1: Políticas Linguísticas, Práticas Sociais de Linguagem e
Práticas de Letramento Escolar.
Bianca Gonçalves Oliveira e Talita Serafim Azevedo (G-Letras)
Simião Mendes Jr. e Matheus Ferreira Boscoli (G-Letras)
Alba Regiane dos Santos Ribeiro, Keitiany Silva Brito, Sônia Regina Borges Albernaz e Thayná Cavalcanti e Castro (G-Letras)
Luana Gomes dos Santos e Sandra Daniel de Oliveira (G-Letras)
Cássia Lustosa, Débora Fernanda Barbosa, Giovana Alves e Rosana Patrícia Alcântara (G-Letras)
Bianca Gonçalves Oliveira e Talita Serafim Azevedo (G-Letras)
Simião Mendes Jr. e Matheus Ferreira Boscoli (G-Letras)
Alba Regiane dos Santos Ribeiro, Keitiany Silva Brito, Sônia Regina Borges Albernaz e Thayná Cavalcanti e Castro (G-Letras)
Luana Gomes dos Santos e Sandra Daniel de Oliveira (G-Letras)
Cássia Lustosa, Débora Fernanda Barbosa, Giovana Alves e Rosana Patrícia Alcântara (G-Letras)
Moderadora: Tânia Ferreira Rezende (D-PPGLL-FL/UFG)
15h40:
intervalo
16h:
Mesa 2: Políticas Linguísticas em Práticas de Letramento Escolar
Melissa Fernanda de O. da Mota (G-Letras)
Nunes
Xavier da Silva (PPGLL-FL/UFG)
Moderadora: Ana Elizabete Barreira Machado (PPGLL-FL/UFG)
Informações:
obiahpml@gmail.com
Dia 3
14h:
Mesa 3: Atitudes
Sociolinguísticas e Posturas Políticas Balizadoras das Práticas Sociais e
Escolares de Linguagem
Ana Elizabete Barreira
Machado (PPGLL-FL/UFG)
Maria de Lurdes Nazário (PPGLL-FL/UFG; D/UEG)
Pedro Augusto Lino Silva
Costa (PPGLL-FL/UFG)
Moderadora: Maria de Lurdes
Nazário (PPGLL-FL/UFG; D/UEG)
16h:
Mesa 4: Políticas
Brasileiras da Diversidade Linguística: resiliência e insurgência de práticas
linguísticas
Hildomar José de Lima (PPGLL-FL/UFG)
Juan Alberto Castro Chacón (PPGLL-FL/UFG)
Monize Roberta Zanin (G-Letras)
Paulo Ricardo Dias
Fernandes (PPGLL-FL/UFG)
Pedro Augusto Lino Silva
Costa (PPGLL-FL/UFG)
Moderadora: Karla Alves de Araújo França Castanheira
Informações:
obiahpml@gmail.com
RESUMOS DOS TRABALHOS
Dia 2
14h: Mesa 1: Políticas Linguísticas, Práticas Sociais de Linguagem e Práticas de Letramento Escolar.
LÍNGUA COMO MARCADOR SOCIAL
OLIVEIRA, Bianca Gonçalves (G/UFG)
AZEVEDO, Talita Serafim (G/UFG)
A Sociolinguística estuda comunidades sociais em seus aspectos
linguísticos e uma das frentes pode ser o estudo das línguas em contato social
no momento de interação. Seja essa interação dada em uma mesma comunidade ou em
comunidades diferentes. Sabe-se que cada indivíduo possui uma particularidade
ao falar, porém algumas dessas peculiaridades, muitas vezes, se juntam a
particularidades linguísticas de outros falantes por serem semelhantes em algum
aspecto, essa semelhança de aspectos particulares da fala podem caracterizar um
grupo social. Esta discussão tem por objetivo mostrar, por meio de um estudo
sociolinguístico, como a língua é determinante na caracterização de grupos
sociais pertencentes a uma comunidade. Para isso, pedimos a dois grupos de
jovens, com vivências de realidade educacional diferente, que comentassem a
respeito da própria rotina diária de maneira livre. Um dos grupos foi composto
por jovens que estejam cursando o ensino médio, enquanto no outro grupo estão
os jovens que já concluíram uma faculdade. O comentário dos jovens foi gravado
e depois transcrito para fins de interpretação, pautada nos conceitos
sociolinguísticos de Calvet (2007). A pesquisa resulta na evidência de que há
diferenças entre a fala de pessoas que já concluíram o curso superior e pessoas
que ainda estão cursando o ensino médio. Observou-se que o monitoramento na
fala dos entrevistados já graduados acontece de forma marcada e com mais
frequência, eles se preocupam mais em estabelecer concordância nas frases e
usar as palavras conforme o padrão normativo da língua. Enquanto que na fala
dos jovens que estão cursando o ensino médio o monitoramento é menor, eles
utilizam a língua de forma mais espontânea. Isso não quer dizer que eles não
levem em consideração o padrão normativo do português brasileiro, contudo, não
se fiscalizam com tanta ênfase como os entrevistados de nível superior.
Palavras-chave: Grupo social,
sociolinguística, marcadores sociais e jovens.
AZEVEDO, Talita Serafim (G/UFG)
AS TRANSIÇÕES DE ORTOGRAFIA DO
PORTUGUÊS BRASILEIRO ATRAVÉS DAS POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E DA LITERATURA
MENDES JR., Simião, (G/UFG)
BOSCOLI, Matheus Ferreira. (G/UFG)
A Ortografia Brasileira sofreu
três grandes momentos nos últimos cem
anos. Já há algum tempo os integrantes
da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) tentam unificar as
ortografias do PE com o PB. Desde Gonçalves Viana (1904) até o último acordo
ortográfico em vigor desde janeiro de 2009, destacam-se de maneira
fundamentalmente política os objetivos e os impactos sociais que as mudanças
ortográficas - em seus variados e respectivos meios de veiculação –
proporcionaram ao cotidiano, no decorrer do tempo. O objeto do estudo deste
trabalho é analisar estas três mudanças principais partindo dos conceitos
estudados sobre políticas linguísticas de Calvet (2007) e de obras da
literatura brasileira de autores como José de Alencar, Lima Barreto e Mário de
Andrade, destacando três momentos principais: a definição da ortografia
nacional de 1904; a afirmação e busca da identidade nacional no romantismo de
Alencar, no pré-modernismo de Barreto e no modernismo de Andrade (que constitui
o afastamento do PB da influência europeia) e por fim, a nova reforma
ortográfica que busca a reaproximação da ortografia com a justificativa de
facilitar o processo de intercâmbio cultural e científico entre os países que
falam Português, além de ampliar a divulgação do idioma e da literatura
portuguesa.
16h: Mesa 2: Políticas Linguísticas em Práticas de Letramento Escolar
A DIFICULDADE DE
COMPREENSÃO DA ESCRITA OFICIAL DOS PARLAMENTARES
RIBEIRO, Alba Regiane dos Santos. (G/UFG)
BRITO, Keitiany Silva. (G/UFG)
ALBERNAZ, Sônia
Regina Borges. (G/UFG)
CASTRO, Thayná Cavalcanti e. (G/UFG)
O presente estudo de
iniciação científica consiste em uma pesquisa de cunho sociolinguístico. Tem
como tema “A dificuldade de compreensão da escrita oficial dos parlamentares”,
nosso objetivo é analisar a utilização de termos rebuscados que dificultam a
compreensão, o entendimento e o esclarecimento da informação veiculada pelos
parlamentares. Esse trabalho vem mostrar que alguns textos não estão sendo
compreendidos pelo povo, pelo fato de terem uma linguagem rebuscada, de difícil
compreensão, são termos técnicos, verbetes desconhecidos, específicos da
linguagem jurídica. A metodologia aplicada foi quantitativa, selecionamos um
texto de um deputado, convidamos alguns alunos dos cursos de Letras,
Jornalismo, Publicidade, Direito e Filosofia para lerem e responderem a um
questionário registrando o nível de compreensão dos textos lidos, e as
dificuldades encontradas. No resultado observou-se que a maioria dos
entrevistados conseguiu compreender o texto, mas encontrou algumas
dificuldades. Tivemos como fundamentação teórica os livros de Louis-Jean
Calvet, “Sociolinguística” e “Políticas Linguísticas” e também os trabalhos de
Ingedore Koch uma cientista da linguagem que aborda as questões que envolvem o
discurso. Nesse sentido, esta pesquisa mostra o papel da língua como
instrumento de poder, visto que ela pode incluir e/ou excluir àqueles que não
tem domínio da norma culta e da linguagem técnica. Nosso intuito é discutir a
intenção no uso dessa linguagem que deveria informar o povo brasileiro,
enfatizando que o tema é interdisciplinar, atual e interfere diretamente na
sociedade.
A DEMOCRATIZAÇÃO DA ESCRITA NAS REDES
SOCIAIS
SANTOS, Luana Gomes dos (G/UFG)
OLIVEIRA, Sandra Daniel de (G/UFG)
A internet tem possibilitado o
acesso à informação de forma cada vez mais rápida e indiscriminada por pessoas
de diferentes classes sociais, credo, cultura, idade, sexo. As redes sociais têm
sido diariamente usadas como plataforma de encontro entre pessoas,
possibilitando a exposição de opiniões, críticas, posicionamentos etc. Um
processo democrático da escrita tem sido confirmado através da maior liberdade
de expressão dos usuários desta ferramenta, não somente aos cidadãos comuns,
mas também às figuras públicas que possuem representatividade na sociedade
(como políticos, artistas) que, em outros ambientes, sempre aparecem com uma
postura mais formal devido as suas profissões. Assim, ao optar pelas redes
sociais, o usuário tem a liberdade de escrever com um estilo casual ou
monitorado, o que, como notamos, será determinado pelo tema tratado. Portanto,
o objeto de estudo desta pesquisa são as publicações de figuras publicas
brasileiras, considerando seus textos escritos em jornais online, blogs e redes sociais - Facebook, Instagram, Twitter. Já que se trata de um tema que ainda não foi
abordado nos estudos sociolinguísticos, há pouco material teórico que trate do
assunto impedindo um maior aprofundamento no tema. Portanto, através da
análise, a priori, o que se confirma com este trabalho é a real existência de
uma maior liberdade de expressão exercida nas redes sociais, tornando, desta
forma, concreto o regime “democracia” na escrita digital.
O
ENSINO UNIVERSITÁRIO PARA A FORMAÇÃO DO PENSAMENTO CRÍTICO
Cássia Lustosa, Débora Fernanda, Giovana
Alves e Rosana Patrícia (G/UFG)
Este
trabalho apresenta resultados da pesquisa-piloto realizada como o objetivo de
discutir sobre ‘’o uso da língua na formação do pensamento crítico’’ por parte
de professores universitários, restrito ao espaço da UFG. Para isso, foi
aplicado um questionário a estudantes universitários de licenciatura e bacharelado,
com perguntas sobre a sua percepção com relação à postura dos professores e da
universidade em referência à construção do pensamento crítico. Para a
interpretação dos resultados, nos baseamos em CALVET (2002), CALVET (2007) e
MORIN (2003). O objetivo do presente estudo é verificar como os alunos percebem
a formação do pensamento crítico e se eles se sentem habilitados e influenciados a utilizarem desse mesmo mecanismo em sua futura função
profissional.
POLÍTICAS LINGUÍSTICAS NA AUSTRÁLIA EM
RELAÇÃO AOS ABORÍGENES E SEUS IDIOMAS NATIVOS
A Austrália é um país colonizado por europeus que, como fizeram em
outros países, massacrou os nativos daquela terra e resumiram os povos
aborígenes a pequenos e isolados grupos. Muitos anos depois da homogeneização
da língua inglesa no território australiano, iniciou-se um movimento de
reconhecimento da cultura aborígene como também um sentimento de reconhecimento
de culpa pela tomada de posse das terras daqueles povos. Entretanto, precisamos
nos perguntar de que forma tal reconhecimento é feito e em que os descendentes
de nativos são favorecidos com tais políticas. Portanto, com base em
teorias sociolinguísticas e tomando por partida uma experiência particular de
uma visita à Austrália, este ensaio busca compreender as políticas linguísticas
utilizadas para dar cabo a esse processo: que forma tais políticas foram
implantadas; em que elas favorecem os aborígenes; e até que ponto a população
australiana conhece a origem de nomes aborígenes de ruas cidades e lugares.
POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E PLANEJAMENTO
EDUCACIONAL EM ARUANÃ – GO
SILVA, Nunes Xavier da. (PPGLL/UFG)
Este resumo
objetiva problematizar a situação de alunas e alunos indígenas Iny de Aruanã -
Goiás, das Aldeias Buridina e Budburè.
Estes alunos estão distribuídos nas escolas municipais e estaduais deste
município, percebe-se que um dos principais problemas para o exercício da
aprendizagem destes educandos é a não compreensão da língua portuguesa, pois os
professores municipais e estaduais não falam Iny, e isso gera um grande
problema no processo de ensino/aprendizagem. A Língua Portuguesa é a segunda
língua deste povo. Isso é mais forte com os indígenas que estão em fase de
alfabetização nas escolas municipais. É notório que as Políticas Públicas não
estão dando o atendimento necessário para que este povo tenha uma educação
digna, com qualidade, dentro de seu contexto sociocultural, não está havendo
Planejamento Educacional voltado a este povo. A presença de alunos indígenas nas escolas de Aruanã, no ano
de 2015, é: Escola
Municipal Darcy Bandeira de Melo, 4 alunos indígenas matriculados; Escola
Municipal Pedro Ludovico Teixeira, 24 alunos indígenas matriculados; as escolas
municipais oferecem o ensino fundamental. Colégio Estadual Dom Cândido Penso,
possui 22 alunos indígenas matriculados de 6º ano ao 3º do ensino médio; e Escola
Estadual Indígena Mauheri, em que dos 56 alunos matriculados, 23 indígenas.
;diante desse quadro, entendemos que Aruanã necessita com urgência de uma
Política Linguística que consiga atender as necessidades de estudantes
indígenas e não indígenas.
Palavras-chave:
Karajá. Políticas Linguísticas.Planejamento Educacional.
Dia 314h: Mesa 3: Atitudes Sociolinguísticas e Posturas Políticas Balizadoras das Práticas Sociais e Escolares de Linguagem
POSTURAS SOCIOLINGUÍSTICAS DECOLONIAIS DO POVO TAPUIA DO
CARRETÃO
MACHADO, Ana Elizabete Barreira (PPGLL/UFG)
O
Povo Tapuia do Carretão é um povo indígena de Goiás, descendente dos povos que
foram aldeados no Aldeamento Pedro III, no século XVIII, próximo à região onde
hoje se encontram os municípios de Rubiataba e Nova América. Nesse aldeamento,
também chamado de Carretão, foram aldeados Xavante, Kaiapó, Karajá/Javaé e
negros escravizados que haviam fugido de fazendas próximas à região. Após
décadas de lutas por suas terras, as e os Tapuia conseguiram a homologação da
Terra Indígena Carretão no ano de 1999. Mesmo com sua terra homologada, eles e
elas passam por questionamento de sua identidade por meio de imagens de
controle impostas a elas e eles, principalmente quanto ao fenótipo e quanto à
língua. A partir dessas imagens de controle impostas a eles e elas, o Povo
Tapuia ao longo do tempo elabora posturas responsivas para manter preservados
os seus direitos e/ou consegui-los. Neste trabalho, as posturas políticas tomadas
coletivamente com relação à questão linguística, nomeamos de posturas
sociolinguísticas. Temos o objetivo de problematizar essas posturas
sociolinguísticas como posturas decoloniais dos e das Tapuia a partir da
interpretação de suas reações frente às imagens de controle de indígena
historicamente impostas ao Povo Tapuia. Tendo como pressuposto a
Sociolinguística Crítica de Calvet (2012) de que “o objeto de estudo da
linguística não é apenas a língua ou as línguas, mas a comunidade social sob
seu aspecto linguístico.”, nossa pesquisa também pretende apresentar a
intepretação dos dados gerados a partir do paradigma da Decolonialidade.
Palavras-chave:
Povo Tapuia; Postura sociolinguística; Decolonialidade.
ATITUDES SOCIAIS E
ETNOLINGUÍSTICAS DO POVO INDÍGENA TAPUIA DO CARRETÃO (GO) EM RELAÇÃO A SUA
IDENTIDADE INDÍGENA
NAZÁRIO, Maria de Lurdes (PPGLL-FL/UFG; D/UEG)
Na
pesquisa, problematizamos as atitudes sociais e etnolinguísticas do Tapuia em
relação a sua identidade indígena tão questionada, colocando em foco os
impactos das ações da licenciatura em Educação Intercultural da UFG nessa comunidade.
Identificamos um tempo quase sempre referido no passado de insatisfação, de
falta de tranquilidade por conta das cobranças e das dúvidas em relação a sua
identidade sendo falantes do português tapuia e com fenótipo afro, da vergonha
em se assumir, da baixa autoestima, do sofrimento, da falta de confiança, da
negação, e, especialmente, da falta de argumentos para combater tudo isso.
Entretanto, considerando que “todo ser se desenvolve (ou se transforma) dentro
de si mesmo, no jogo de suas contradições.” (FREIRE, 1987, p. 57), entendemos
que o Tapuia, com o movimento de conscientização de suas contradições, que se
iniciou por meio das ações dos professores em formação, tem modificado sua
realidade com o objetivo de mudar a situação de autodesvalia. Interpretamos assim
que suas atitudes em relação a sua identidade estão em transformação por conta
dos novos conhecimentos, crenças, sentimentos e outras possíveis reações que se
forjaram no contexto de formação dos professores, potencializando o
enfrentamento da realidade opressora e possibilitando uma atitude de assumência
de sua identidade indígena e um sentimento de valorização do português tapuia
como sua língua materna.
Palavras-Chave: Atitudes. Povo
Tapuia. Assumência Identitária.
O TRATAMENTO DA DIVERSIDADE LINGUÍSTICO-CULTURAL E AS ATITUDES SOCIOLINGUÍSTICAS NUMA ESCOLA PÚBLICA
COSTA, Pedro Augusto Lino Silva (PPGLL/UFG)
A presente pesquisa buscou verificar em uma escola quilombola como é e como se manifesta o tratamento da diversidade linguístico-cultural e se esse tratamento se reflete e influencia as atitudes sociolinguísticas dos sujeitos do ensino e da aprendizagem de Português, principalmente, mas não exclusivamente nas e sobre as práticas escritas em sala de aula. Com esta investigação, pretendemos contribuir verificando como se dá o tratamento da diversidade linguístico-cultural e quais são as atitudes sociolinguísticas dos sujeitos do ensino e da aprendizagem de Língua Portuguesa, agora em outra realidade, também intercultural e complexa: a escola pública de educação básica localizada no quilombo urbano Jardim Cascata, já referenciado. Foi objetivo de nossa pesquisa verificar qual o tratamento dado à diversidade linguístico-cultural pelos(as) professores(as) e como os alunos lidam com essa diversidade. Bem como, analisar como as atitudes sociolinguísticas de professores(as) e alunos(as) impactam e direcionam o tratamento da diversidade. Para concretizar os objetivos dessa investigação, fizemos uma pesquisa do tipo etnográfica. Fizemos também um estudo bibliográfico sobre o tema da pesquisa para o embasamento deste estudo. A partir de nossas investigações foi possível refletir a respeito do tratamento da diversidade linguístico-cultural na escola. Identificamos que o discurso oficial da escola está articulado com os documentos oficiais que regem o ensino básico no país e a educação quilombola. No entanto, não encontramos na escola, de forma clara, práticas como as sugeridas pelo PCN. Ao analisar o PPP da escola e as observações feitas em sala de aula, podemos perceber que existe uma lacuna. O fato do PPP ser muito vago pode explicar a ausência dessas práticas na sala de aula. Práticas que são importantes para formação do(a) aluno(a), especialmente, já que se trata de uma escola quilombola, em que a sugestão de trabalho levando em conta os aspectos culturais é ainda mais contundente.
16h: Mesa 4: Políticas Brasileiras da Diversidade Linguística: resiliência e insurgência de práticas linguísticas
FUNCIONALIDADE DO SISTEMA BRASILEIRO DE ESCRITA DE SINAIS –ELiS
APLICADO À LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
LIMA, Hildomar José de. (PPGLL/D/UFG)
O Sistema
Brasileiro de Escrita de Sinais (ELiS) é uma proposta de escrita para as
línguas de sinais apresentado pela pesquisadora brasileira Mariângela Estelita
Barros em 1997, que caracteriza-se especialmente por considerar a natureza
visual e espacial na organização das línguas sinalizadas, sobretudo da LSB que
serviu como matriz dessa proposta (BARROS, 1997). Este projeto de pesquisa tem
como objetivo sistematizar observações de análises sobre o Sistema ELiS.
Observar-se-á se esse sistema é suficiente para representar a Língua de Sinais
Brasileira (LSB), especialmente no que se refere às elaborações em que dois
sinais são produzidos simultaneamente. Esta pesquisa será de cunho qualitativo
e a metodologia seguirá, inicialmente, as orientações da etnografia. O corpus
se constituirá de narrativas livres, coletadas em contextos espontâneos de uso
da LSB. Espera-se que esta pesquisa traga contribuições teóricas na área da
linguística, sobretudo no que se refere ao estudo de um sistema para a escrita
da LSB, bem como direcionar novos vieses de investigações. No âmbito
educacional, deseja-se que este estudo contribua para a sistematização de novas
propostas de políticas públicas voltadas à formação de professores bilíngues
para atuarem na educação de surdos, especialmente pensando em ações que
garantam ao surdo o direito de ser alfabetizado em sua própria língua, conforme
previsto na Declaração Universal dos Direitos Linguísticos (UNESCO, 1996).
Almeja-se também que esta investigação possibilite aplicar as regras sistematizadas
da ELiS e avaliar a necessidade de ajustes dessas regras ou mesmo acrescentar
caracteres para, em seguida, continuar o trabalho de difusão da ELiS como forma
legítima de representação escrita da LSB.
Palavras-chave:
Libras, Escrita de Sinais, surdos.
POLÍTICAS
PÚBLICAS DE ACESSO À LEITURA: A ESTRATIFICAÇÃO CULTURAL DA BAHIA EM CONSEQUÊNCIA DA COLONIALIDADE NO BRASIL
CHACÓN, Juan Alberto Castro. (PPGLL/UFG)
Em
vista do contraste intelectual que se tem visto nos últimos anos no Brasil,
como espaço de desenvolvimento cultural, esta pesquisa tenta demonstrar até que
ponto esse fenômeno social derivaria de uma equívoca interpretação entre
alfabetização e letramento (KLEIMAN, 2007), e/ou de uma estrutura sociocultural
mais complexa como é a fixação da colonialidade (FANON, 2011). Por sua vez, as
políticas públicas de acesso à leitura, como mediadoras do processo
aprender/saber/intelectualizar estariam estratificadas de acordo com interesses
de dominação, parecidos àqueles que eram desenvolvidos no Brasil da Coroa
portuguesa, contrariando, assim, aos seus discursos propagandísticos de
inclusão social. Como consequência de tais práticas, não haveria uma hegemonia
na distribuição de políticas contribuintes com o desenvolvimento intelectual em
todo o território brasileiro, mas a reafirmação dos centros urbanos citadinos
como estruturas sociais detentoras de poder (BOURDIEU, 2011). Além disso, essas
práticas fomentariam a cristalização de estereótipos (BHABHA, 2013) entre as
populações menos favorecidas no acesso à leitura, mascarando o constante
discurso da segregação cultural. Assim, em nossa investigação recorremos aos
estudos de arquivos historiográficos e pesquisas documentárias institucionais
públicas, tomando como referência o estado da Bahia. Enfatizamos o estado
nordestino porque é neste espaço sociocultural que começou a história do
Brasil, como território português ultramarino, e que, curiosamente, é um dos
pontos estereotipados na questão da cultura brasileira contemporânea.
O ENSINO DE
ITALIANO COMO LÍNGUA DE HERANÇA EM NOVA VENEZA
ZANIN, Monize Roberta (G/UFG)
Contexto: Nova Veneza é uma pequena
cidade goiana fundada por irmãos italianos e, por isso, tem como característica
uma intensa influência da cultura italiana em suas representações sociais. O
ensino de italiano foi implantado nas escolas da rede municipal que, devido a
forte identificação cultural pelos moradores da cidade, configura-se como
ensino de uma língua de herança. Objetivo principal da proposta de estudos é problematizar
os impactos do ensino de italiano como língua de herança na Rede Municipal de
Ensino de Nova Veneza. De forma específica, objetivamos recuperar a história de
construção da proposta de ensino de italiano na rede municipal de ensino de
Nova Veneza; levantar informações sobre como se dá o ensino de italiano na Rede
Municipal; verificar se o fato de o italiano ser língua de herança em Nova
Veneza influencia o aprendizado dos alunos; observar como o ensino de italiano
pode contribuir na conservação e valorização da cultura local; contribuir com
as ações de ensino que possam auxiliar no aprendizado dos alunos da Rede
Municipal. A pesquisa pode contribuir para o desenvolvimento de maiores
conhecimentos sobre o aprendizado de uma língua de herança e ressaltar sua
relevância e, além disso, auxiliar na melhoria da prática pedagógica no ensino
de italiano.
UMA
ANÁLISE SOBRE O USO DE VOCÊ EM EVENTOS SOCIOCOMUNICATIVOS FORMAIS
FERNANDES,
Paulo Ricardo Dias. (PPGLL/UFG)
O projeto
de dissertação propõe-se a analisar o pronome você em contextos formais de uso,
enquadra-se em uma perspectiva da Sociolinguística Interacional. Seguirá
orientação etnográfica e utilizará também a Análise da Conversação para
transcrição de dados. A interpretação do corpus tornar-se-á possível por meio
do embasamento teórico em relação aos trabalhos de Loregian-Penkal (2004), Said
Ali (1964), Kerbrat-Orecchioni (2006), Tannen (1997), Gumperz (2007), Goodwin e
Duranti (1992), Brandão (1997), Modesto (2007), Orlandi (2009), os quais
apresentam conceitos para essa forma de tratamento, além da noção de contexto,
interação e formalidade, essenciais à temática da pesquisa.
Palavras-chave:
Formas de tratamento. Contexto. Formalidade.
PADRÕES CULTOS DO
PORTUGUÊS BRASILEIRO: A NORMA CULTA DO PORTUGUÊS QUILOMBOLA
COSTA, Pedro Augusto Lino Silva
(PPGLL/UFG)
Este projeto de pesquisa objetiva
problematizar a noção de “norma padrão” e a exigência de “escrita na norma
padrão”, constantes das instruções dos exames de seleções públicas, no Brasil.
Com base em experiências com escolarização de grupos minorizados, defendemos a
existência de mais de uma “norma padrão” do português brasileiro escrito,
considerando como “norma padrão” a escrita próxima às regras gramaticais
prescritas para a língua portuguesa; e que tais normas não são aceitas pela
escola e pelas seleções públicas, por receberem avaliação social negativa
(WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006 [1968]). Para contribuir com a visibilização
das diferentes normas do português escrito padrão, pretendemos estudar os
princípios de textualidade de narrativas tradicionais quilombolas e de práticas
sociais e escolares de escrita de cidadãos/ãs e estudantes quilombolas, a fim
de verificar o grau de proximidade entre a escrita quilombola e a “norma
padrão” do português. Segue-se nos estudos da escrita quilombola os pressupostos
teóricos e os postulados metodológicos da Linguística Textual brasileira (KOCH,
2004; MARCUSCHI, 2010). Os dados para este estudo serão gerados através de
pesquisa etnográfica, com a vivência das situações de produção dos textos, a
partir da recolha de textos escritos em práticas sociais e escolares e da
gravação das narrativas orais. Esperamos com este projeto trazer à tona essa
importante discussão, especialmente, para que sejam valorizadas as múltiplas
normas cultas, em detrimento de uma única norma que acaba por excluir
justamente os grupos sociais amparados pelas políticas de inclusão. Mesmo
regiões inteiras, como o Centro-Oeste e o Norte, são excluídas por uma proposta
de uma única “norma padrão”, já que as principais pesquisas que definem qual é e
como é a “norma padrão” da língua portuguesa priorizaram as práticas
sociolinguísticas consideradas cultas de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto
Alegre, Salvador e Recife (NASCENTES, 1944; CÂMARA JR., 1972; CASTILHO, 2010).
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